As enchentes de maio no Rio Grande do Sul, apesar das perdas e tragédias, também trouxeram novidades no campo da paleontologia. Diversas descobertas têm sido realizadas em várias regiões do estado, e Candelária não é exceção. Na última semana, durante uma atividade do Grupo Escoteiro Botucaraí, que conta com a participação do curador do Museu Municipal, Carlos Nunes Rodrigues, uma nova rocha foi encontrada junto ao Arroio Molha, local alvo de muitas das ações do grupo. Uma avaliação preliminar indicou que se trata de uma rocha de sedimento muito fino, depositada em camadas finas, horizontais e oblíquas. Acredita-se que possa ser parte do Arenito Mata ou da Formação Guará, composta por rochas sedimentares do período Jurássico Superior, ambas raras na região. Para a extração, uma equipe de pesquisadores e alunos da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), veio a Candelária.
A rocha foi transportada pelo grupo escoteiro e entregue ao acervo do museu municipal para análises adicionais. O trabalho no Arroio Molha visa analisar os impactos das enchentes no município e integra os esforços do Museu Municipal para vistoriar todos os sítios arqueológicos conhecidos, além de explorar novas áreas em busca de descobertas reveladas pelas recentes chuvas. Durante essa iniciativa, o grupo também fez outra importante descoberta no distrito de Bom Retiro, onde foi identificado um novo icnofóssil – uma marca ou impressão deixada por um possível animal. O bloco foi analisado por membros do Laboratório de Paleobiologia da Unipampa e, posteriormente, transportado pelo Grupo Escoteiro Botucaraí para o Museu Municipal.