O Movimento SOS Agro RS, que iniciou em Cachoeira do Sul em decorrência das catástrofes climáticas que atingiram o Estado e causaram grandes prejuízos aos agricultores gaúchos, segue mobilizado. Representantes e organizadores do Movimento vem promovendo encontros em várias cidades marcados pela presença de máquinas agrícolas em locais estratégicos a fim de chamar a atenção dos Governantes. Até mesmo o governador do Estado, Eduardo Leite, senadores, secretários estaduais e deputados participaram em Rio Pardo, de um desses encontros organizado pelos idealizadores do Movimento SOS Agro.
Segundo os agricultores, posições e promessas concretas, até o momento, não foram adotadas pelas instituições bancárias com relação as reivindicações feitas pelos produtores rurais, entre elas, a prorrogação e abate de dívidas, tendo em vista a próxima safra que se aproxima. Em Sobradinho, integrantes do Movimento SOS Agro estão mobilizados na rua coberta, na Avenida João Antônio. Por volta das 5 horas da manhã, já havia movimentação de máquinas agrícolas que estão estacionadas no centro da cidade. Não há hora para acabar a manifestação, que é apartidária e ordeira. Novos encontros com representantes do Agro estão sendo articuladas para dar andamento as negociações.
Em Porto Alegre, na tarde dessa quinta-feira (22), representantes do Movimento SOS Agro RS e de instituições financeiras que atuam no Rio Grande do Sul estiveram reunidos, num encontro organizado pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Na ocasião, foram debatias alterativas para que produtores rurais atingidos pelas enchentes de abril e maio e pelas estiagens de anos anteriores possam acessar recursos financeiros dos bancos, prometidos pela Medida Provisória (MP) nº 1.247/2024 do governo federal, que foi regulamentada por decreto na semana passada. Segundo o titular da Seapi, Clair Kuhn, há muitas dúvidas por parte dos produtores rurais e dos próprios bancos. Conforme ele, “os agricultores não estão se sentindo contemplados com as medidas adotadas pelo Governo Federal para solucionar os problemas de endividamento, e nem os próprios bancos estão conseguindo responder às dúvidas dos produtores”.
Um dos problemas apontados pelo grupo é a de produtores que foram afetados na prática, mas como o ponto de georreferenciamento de suas propriedades não está na mancha de inundação do Estado, não conseguem acessar o recurso. Para esclarecer esse e outros pontos, foi criado um grupo de trabalho com representantes das instituições financeiras e de agricultores líderes do SOS Agro, técnicos e instituições como a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) e o Sistema Organização das Cooperativistas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs). O grupo montará um documento até a próxima semana e pretende entregar ao Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante a Expointer, que ocorre de 24 de agosto a 1º de setembro.