A criação de um comitê para a gestão compartilhada do Hospital São João Evangelista – unidade de Sobradinho – foi tema de reunião na manhã desta quinta-feira (22), no Centro Administrativo Municipal. O prefeito Armando Mayerhofer e o interventor do hospital, Edenir Buligon, destacaram a importância da participação da comunidade na administração, propondo a formação de um comitê composto por 17 entidades. O interventor informou que o hospital enfrenta graves problemas financeiros, incluindo mais de 160 ações trabalhistas, contas bancárias vazias e um desaparecimento de mais de R$ 1,6 milhões em emendas parlamentares. Além disso, a instituição está sendo cobrada por contrapartidas de emendas, que somam cerca de 20%, e foram identificados contratos de alto valor com fornecedores, prestadores de serviço, e até dois funcionários fantasmas na folha de pagamento.
A atual gestão enfrenta dificuldades adicionais, como a falta de acesso à contabilidade e uma dívida estimada em mais de R$ 11 milhões. Também há negociações em andamento sobre o prédio do antigo Hospital Sebastiany, com a possibilidade de retomada do imóvel de acordo com os representantes judiciais. No momento, 34 funcionários permanecem no hospital, que conta com uma empresa de serviços médicos que opera por demanda, com recursos provenientes da prefeitura (R$ 130 mil, com um aumento previsto de R$ 50 mil), Ipe Saúde e o Estado, este último não fazendo repasses devido à inscrição da instituição no Cadin. A nova administração está focada na regularização de alvarás e dívidas, e descobriu que o bloco cirúrgico não foi interditado, mas que essa decisão foi tomada pela administração anterior.
Uma vistoria está sendo solicitada à Secretaria Estadual de Saúde, com o objetivo de retomar as cirurgias e possivelmente retomar serviços de partos, visto que a regionalização atual está em Candelária. O comitê de gestão compartilhada terá a missão de fiscalizar e mobilizar a comunidade através de campanhas beneficentes. Os administradores mencionaram que a Justiça pode determinar a municipalização do hospital ou que o comitê possa evoluir para uma fundação com caráter filantrópico para a gestão da instituição. Marcondes Vandes foi designado como responsável pelo comitê.
