Uma denúncia de trabalho em condições análogas à escravidão resultou na libertação de seis pessoas que estavam vivendo em condições precárias em uma propriedade rural na localidade de Picada Karnopp, na região serrana de Candelária. A ação ocorreu no início da tarde dessa terça-feira (17) de forma conjunta por Polícia Civil, Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho em razão deste crime ser de competência federal.
Os órgãos federais foram informados sobre o fato e em cumprimento a um mandado de busca e apreensão, vieram até Candelária fiscalizar a denúncia na propriedade identificada com a ação integrada contando com o apoio da Polícia Civil, Polícia Federal, Brigada Militar e Conselho Tutelar por haver menores de idade envolvidos. Quando chegarem ao local, foi constatado que havia uma situação de trabalho análogo ao de escravo, e feita a apreensão de quatro armas de fogo, sendo um fuzil 762, uma espingarda de caça e dois revólveres.
Também foram encontrados dois cachorros em situação de maus tratos que foram recolhidos e encaminhados para a ONG SOS Bichos, de Candelária. Falando a reportagem do Jornal de Candelária, o delegado Tiago Bittencourt, revelou que seis pessoas que estavam vivendo em situação de escravidão foram resgatadas na operação: um homem de 43 anos, um segundo homem de 22 anos, uma mulher, de idade não divulgada, uma criança de dois anos, um menor de 10 anos e um adolescente de 15 anos.
O casal, proprietário da área, foi conduzido na condição de suspeito pela polícia. Conforme ele, todas as pessoas, e os objetos apreendidos, foram levados até a delegacia de polícia de Candelária. Após, todos foram encaminhados para a delegacia da Polícia Federal, em Santa Cruz do Sul, onde o caso será avaliado pelo delegado da Polícia Federal se efetuará ou não a prisão em flagrante das pessoas que foram conduzidas como suspeitos.
Bittencourt confirmou que as seis pessoas resgatadas não possuíam os direitos trabalhistas, eram mantidos na propriedade e não tinham liberdade para sair se quisessem e a residência onde viviam estava em condições precárias. Além disso, a moradia não tinha água e nem banheiro. Tiago Bittencourt acrescentou que “os resgatados viviam em condições bem ruins e eram submetidos ao trabalho que o patrão mandava”. Caso seja denunciado, o casal pode responder a processo por trabalho análogo a escravidão com pena de dois a oito anos de prisão.
(Fonte – jornalista Tiago Garcia – JC)