Foto: Fabrício Ceolin
Uma reviravolta no acordo da bancada de oposição na Câmara de Vereadores, deu ao vereador Miguel Vieira (PP) a presidência do Legislativo Municipal para 2023. A eleição ocorreu na noite dessa segunda-feira, 19, durante a 44ª sessão ordinária do ano. Inicialmente, um acordo assinado entre os vereadores Berê Nunes, Daniele Karnopp, Maninho Freitas (todos do PP), além de Jeferson Matana (PSB) e Valdecir Bilhan – o Cíli (PTB), definia o rodízio de presidentes da atual Legislatura. Ficou definido que Cíli assumiria a cadeira no primeiro ano, Matana no segundo, Freitas no terceiro, e Berê Nunes, no último ano.
O vereador Miguel Vieira ficou fora do acordo devido à divergências na campanha eleitoral com membros de seu partido, mas manifestava seu desejo de assumir o Legislativo. Com o PTB em extinção, Valdecir Bilhan, anunciou sua ida para a bancada de situação, e o consequente ingresso no MDB. Com isso, afirmou que não participaria mais do acordo assinado entre seus colegas.
Com a possibilidade de o PP perder a presidência da casa e a incerteza do voto de Miguel Vieira, que até mesmo se reuniu com membros do MDB, os quais sinalizaram apoio da bancada da situação à ele, caso apresentasse uma chapa, Luiz Freitas procurou o vereador Miguel e abriu mão de concorrer à presidência. Em articulações do Progressistas, onde também havia a incerteza do voto de Berê Nunes, a bancada de oposição então optou em eleger Miguel Vieira, tendo em vista a possível cassação do prefeito Armando Mayerhofer e do vice Ivan Trevisan.
Os dois foram condenados em primeira instância pela Justiça Eleitoral, a perda dos mandatos, perda dos direitos políticos por oito anos, além de multa. A Justiça entendeu que eles foram beneficiados pela administração municipal, na época do prefeito Maninho Trevisan, com a distribuição de cargas de brita para empresas e eleitores. Eles entraram com recurso e aguardam julgamento no Tribunal Regional Eleitoral. Caso se mantenha a cassação, é o presidente do Legislativo que assume o Executivo até uma nova eleição.
Na noite dessa segunda-feira, 19, duas chapas se inscreveram. A chapa 1, teve como candidato a presidente Miguel Vieira (PP), Vice: Jeferson Matana (PSB) e Secretária: Daniele Karnopp (PP). Já a chapa 2, teve como candidato a presidente Valdecir Bilhan (PTB), Gerson Schirmer (MDB) como vice, e secretária: Iava Trevisan (PDT). Por 5 votos a 4, foi eleita a chapa 1, tendo sido decisivo o voto do vereador Jeferson Matana, que optou por manter o acordo inicial de votar na bancada do PP.
Em seu pronunciamento na tribuna, o presidente eleito agradeceu a confiança de seus colegas, e disse que o Legislativo vai ser parceiro dos bons projetos. Miguel Vieira disse reconhecer o bom trabalho que vem sendo feito pelo Executivo, prometendo fazer um trabalho democrático e com diálogo. Já o vereador Luiz Freitas, publicou nota afirmando que todos sabiam que havia um acordo para ele ser o presidente da Câmara de Vereadores, mas que infelizmente, este acordo foi quebrado pela cobiça.
Em seu pronunciamento o parlamentar disse ter a certeza de que fez a coisa certa, pois conseguiu unir novamente o Partido Progressista de Sobradinho, ressaltando que esse era seu objetivo desde 2017 quando foi presidente. O vereador Maninho Freitas falou ainda sobre decepções, e disse que “perdão é zerar a dívida, mas isso não significa dar novo credito”. Afirmou ainda que apesar dos acontecimentos, perdoava o vereador Valdecir Bilhan por não ter mantido o acordo assinado no começo da atual Legislatura.
