O município fechou o ano de 2024 com um déficit financeiro de R$ 2 milhões e 778 mil reais. O número foi revelado na manhã desta quinta-feira, 23, em entrevista exclusiva do prefeito Luiz Affonso Trevisan ao programa Enfoque da Rádio Sobradinho AM. Ele estava acompanhado do vice-prefeito, Nilo Wietzke, do secretário de Finanças, Roberto Koehler, e da tesoureira da prefeitura, Flávia Hagemann Konrad. De acordo com ela, o déficit é resultado de um gasto além do que o orçamento suportava. Além do valor negativo de R$ 2 milhões e 778 mil, a prefeitura também não teve condições de arcar com as despesas relativas às férias dos professores no montante de aproximadamente R$ 600 mil reais.
Este montante não está incluído no déficit porque o pagamento é relativo ao ano de 2025, embora os profissionais já tenham entrado em férias na virada do ano. O rombo nas contas diz respeito principalmente a débitos com fornecedores. D acordo como secretário de Finanças, 158 empresas, a absoluta maioria de Sobradinho, têm recursos a receber. Maninho Trevisan disse que será necessário um regime de muita economia para colocar as contas em dia, o que deve levar em torno de um ano. O prefeito também fez um relato da situação do maquinário da prefeitura e disse que boa parte está em más condições, e que será necessário R$ 1 milhão e 150 mil reais para deixar todo equipamento em dia.
Maninho não descartou a possibilidade de venda da usina de asfalto adquirida pela gestão passada, que na opinião dele foi uma mau investimento devido à complexidade de operação do equipamento. Questionado sobre sua responsabilidade nos números, Nilo Wiezke reconheceu que quando deixou a Secretaria de Finanças, em junho do ano passado, o caixa já estava negativo. Ele, no entanto, afirmou que quem decidia pelos gastos era o prefeito e não ele. Para Wietzke, o fato de o município ter decretado estado de calamidade pública por conta da enchente, é possível que o ex-prefeito não seja enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal por deixar valores a pagar sem cobertura.
Entre outras medidas para economizar, Maninho Trevisan anunciou que vai rever o projeto de pavimentação da Rua Jeromias Bavaresco, que dá acesso ao Cristo Acolhedor. A intenção seria usar paralelepípedos ou pedras de concreto no lugar do asfalto, considerado muito caro. O Estado já anunciou recursos para a obra, mas o município teria destinar cerca de R$ 700 mil reais de contrapartida. Maninho encerrou a entrevista muito emocionado ao lamentar a situação de muitas pessoas que dependem da prefeitura e garantiu que vai resolver a situação. Ele pediu paciência para a população e comentou que uma das alternativas é contar com mais emendas parlamentares para enfrentar o déficit.